Aloe Vera: Gel da Babosa e seus benefícios em nossa pele



Temas

Saúde e Bem-Estar

Palavras-chave

Extração do produto in natura, Aloe Vera, Babosa, Pele, Planta medicinal., Inflamação na face, Acne, queimaduras e psoríase., Babosa, Pomada in natura e sabonete orgânico., Suavização de bactérias, Autoestima.


Resumo

RESUMO A Aloe vera é uma planta popularmente conhecida como babosa, possui diversas finalidades, tanto para o uso interno como externo, sendo na composição de alimentos, remédios e cosméticos. Estas atividades medicinais incluem a promoção da cicatrização de feridas, atividade antifúngica, hipoglicemiantes ou antidiabéticas, efeitos anti-inflamatórios, antineoplásicos e imunomoduladores. O Projeto teve início no decorrer do ano passado, onde a ideia surgiu em uma das aulas de protagonismo com os estudantes do médio, discutia-se sobre autoestima, com relatos que não se sentiam bem com o rosto cheio de espinhas, surgiu a ideia de utilizarmos o gel da babosa na pele. Foram feitas diversas pesquisas virtuais sobre o histórico da matéria-prima a ser utilizada, ou seja, as possíveis substâncias, utilidades e funcionalidades do gel das folhas de babosa, envolvendo a área de Ciências da Natureza, fortalecendo-se o aprendizado, transformando-o em práticas semanais, com desenvolvimento e a investigação de novos materiais para beneficiar a autoestima dos estudantes, devido as lesões causadas pelas espinhas e/ou acne. O intuito desse trabalho, tem-se como objetivo apresentar os principais usos dessa planta e descrever todo processo de produção de um extrato elaborado a partir do gel retirado das folhas da babosa e seus benefícios em nossa pele. A priori foi utilizado a babosa como fonte de matéria-prima, cuja a extração do gel de suas folhas foi feita manualmente, possuindo consideráveis perdas no ato de sua extração e a presença de impurezas. Tendo em vista as várias atividades comprovadas e poucos relatos acerca de sua contraindicação, conclui-se que o uso desta espécie corrobora o vasto uso popular. Palavras-chave: Extração do produto in natura, Aloe Vera, Babosa, Pele, Planta medicinal. 1 - INTRODUÇÃO A história da Aloe Vera é antiga e se encontra presente na literatura de diversas culturas. Seu nome provavelmente se origina da palavra arábica alloeh, que significa substância amarga, brilhante e do latim vera que significa verdadeiro. O primeiro registro do uso da Aloe Vera foi feito em uma tabuleta de argila da mesopotâmia datada de 2100 a.C. Conhecida no Egito antigo como a “planta da imortalidade”, teria sido usada por Cleópatra nos cuidados da pele e do cabelo (ATHERTON, 1997). As plantas constituem uma fonte importante de produtos naturais biologicamente ativos, muito dos quais são utilizados em semi-síntese de um grande número de fármacos. Pesquisas na área de produtos naturais mostram-se promissores e têm revelado uma gama de estruturas e de propriedades físico-químicas e biológicas. Um dos aspectos que suscita maior interesse é o fato de que, por apresentar atividade regenerativa, este composto poderia atuar no processo cicatricial, atuando, por exemplo, como uma pele artificial bioativa (JÚNIOR, 2003). Do parênquima das folhas da babosa pode se extrair um gel incolor com ação cicatrizante, antibacteriana, antifúngica e antivirótica pela presença das antraquinonas como a aloína, barbaloína e isobarbaloína em sua composição química e que tem sido para curar queimaduras, cicatrizar feridas, aliviar dores, além de ser um poderoso agente hidratante. Tendo grande capacidade de regenerar tecidos lesados, o gel contido na planta, onde estão presentes alguns tipos de glicoproteínas e polissacarídeos, pode ser usado seguramente sobre a pele (MAIA-FILHO, 2011). O Brasil é conhecido mundialmente por possuir a maior reserva florestal do planeta, contando com uma vasta diversidade de plantas medicinais. Pode-se afirmar que parte da população brasileira por não ter acesso a medicamentos essenciais, diante da diversidade, utilizam plantas medicinais como a primeira ou até a única forma de acesso a medicamentos (RAMOS, 2011). A folha de Aloe Vera pode ser dividida em três partes principais, o látex, de cor amarelada e odor forte, as cascas das folhas, e o gel mucilaginoso. Dentre os constituintes químicos mais citados, podemos expor os compostos fenólicos, o Aloe vera estimula a produção de anticorpos e a varredura dos radicais livres produzidos pelos neutrófilos. O gel é constituído principalmente de água e carboidratos complexos, ácidos e sais orgânicos, bem como enzimas, saponinas, polifenóis, vitaminas e diversos minerais (IAL, 2008). Este trabalho objetiva envolver o tema através das disciplinas de ciências da natureza, fortalecendo-se o aprendizado e transformando-o em práticas semanais, com desenvolvimento e a investigação de novos materiais, como a produção do extrato com o gel da babosa, da pomada in natura e sabonete (beneficiando a comunidade escolar na forma de cultivo e produção fitoterápicas). Neste contexto, tal evento é um processo dinâmico que envolve fenômenos bioquímicos e fisiológicos que se comportam de forma harmoniosa a fim de garantir a restauração tissular, tornando-se de suma importância para os estudantes. Patrocínio & Macilhia (2012) relatam que os Aloes e seus derivados são utilizados desde os tempos ancestrais, como produtos terapêuticos ou de beleza, em que o gel de Aloe vera vem tendo comprovações científicas “in vivo” com relação aos efeitos como ação anti-inflamatória, ação imunológica (através de ingredientes como o acemannan), como cicatrizante (estimulação da produção de colágeno e proteoglican aumentando a resistência da pele, inibindo a inflamação e sentimento da dor), ação positiva sobre diabetes (humanos). 2. MATERIAIS E MÉTODOS O Projeto Aloe Vera: Gel da Babosa e seus benefícios em nossa pele, já vem sendo trabalhado e pesquisado no decorrer de dois anos seguidos, onde a ideia surgiu em uma das aulas de protagonismo, discutia-se a importância e os cuidados que devemos ter com a nossa pele. Foram feitas diversas pesquisas virtuais sobre o histórico da matéria-prima a ser utilizada, ou seja, as possíveis substâncias, utilidades e funcionalidades do gel das folhas de babosa. Além disso, foi com base nessas pesquisas que o extrato desse gel foi elaborado, já que existe todo um processo de produção a ser seguido, envolvendo todas as séries do Ensino Médio Integral (1º, 2º e 3º anos) do Centro de Excelência Joana de Freitas Barbosa, uma proposta que pudesse chamar a atenção dos estudantes em relação aos benefícios das plantas medicinais, principalmente da babosa, dentre seus fins diversos, destacamos seu uso cicatrizante e hidratante na pele, entre outros benefícios. Para a elaboração do extrato, primeiramente foram colhidas, utilizando facas comuns de cozinha, cerca de 2500 g de folhas da babosa, posteriormente lavadas em água corrente e deixando escorrer. Em seguida, com um pano seco e limpo, visando à retirada das impurezas externas (insetos e terra) contidas nas folhas (figura 1). Com o auxílio de facas e colheres, as folhas da babosa foram abertas e pode-se extrair cerca de 1500 g de seu gel. Na figura 2 demonstra-se a extração do gel das folhas de babosa. Após a extração, o gel foi armazenado em recipientes com capacidades de 300 mL cada e sob refrigeração à 10°C foram mantidos por 15 dias, visando evitar perdas. Em seguida, no liquidificador foi misturado todo o gel obtido com 600 mL de água. Logo, com uma peneira, filtrou-se a mistura para retirada das impurezas internas (resíduos das próprias folhas), obtendo um rendimento de 2.000 mL de toda a mistura. Após a extração, o gel foi armazenado, deixando-o em molho por cerca de 30 min., podendo também armazená-lo por cerca de 15 dias, depois colocando-o em um liquidificador, com 500 g de uma gordura de boa qualidade (azeite, vaselina, óleo de coco, óleo de amêndoa ou de semente de uva) e glicerina, formando-se um extrato. Em seguida coloca-se em uma panela, levando ao fogo brando, mexendo sempre até o derretimento completo desta. Quando começar a borbulhar, tampe a panela (panela de vidro, ágata ou aço) e mantendo o fogo baixo até a completa desidratação. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a elaboração do produto, foram retiradas diversas folhas de babosa, sendo que nem todas elas assumiram o mesmo tamanho, podendo ser observado que quanto maior fosse à planta, maior era a quantidade de gel contido em suas folhas. Analisando o peso inicial da babosa, estando em seu estado bruto com a quantidade de gel retirado, notou-se que houve grande variação em termos de peso, ou seja, as folhas por serem espessas influenciam diretamente no peso e na quantidade de gel, tendo um aproveitamento de 60% em relação ao peso total (CASTRO & CHEMALE, 1995). Como os recipientes que continham o gel foram armazenados sob refrigeração, numa temperatura inferior a 10°C, e sabendo da consistência que é o gel das folhas de babosa, foi preciso a adição de água. Assim, foi obtida uma consistência mais líquida do que a inicial, para que fosse possível filtrar toda essa mistura, visando remover os resíduos das próprias folhas da planta. Para garantir a qualidade e a durabilidade do produto final, foram acrescentados, em toda a mistura, 2 g do conservante de alimentos benzoato de sódio (C7H5NaO2). Essa mistura foi levada ao fogo, em banho maria, numa temperatura aproximada de 75º C e cozida durante um período de 3h:30min., visando a evaporação de toda água contida na mistura, conforme a figura 3, garantindo uma melhor consistência do produto, que através deste, conseguimos produzir a pomada in natura e o sabonete. A mistura foi levada ao fogo, em banho-maria ou diretamente em fogo baixo, sob temperatura de aproximadamente 75º C, resultando em um produto final consistente, no caso o extrato a base do gel para a formação da pomada in natura (figura 4) e sabonete orgânico (figura 5). A planta medicinal Aloe vera (babosa) riquíssima em nutrientes, vitaminas e minerais que só fazem bem à pele – magnésio, zinco, vitaminas B, C e E, entre outros, aplicada semanalmente a pomada in natura e/ou o sabonete orgânico nos estudantes com o intuito de cicatrizar e hidratar a pele, onde os resultados foram satisfatórios durante toda a pesquisa. 4 - CONCLUSÕES Com base nos estudos realizados, notou-se que o extrato do gel das folhas da babosa, possui diversas finalidades, em que ao ser incrementado com outras substâncias pode originar novos produtos pertencentes aos segmentos cosméticos, alimentícios e medicinais, ou seja, fitoterápicos. Analisou-se que na elaboração do extrato da babosa para a produção da pomada orgânica e sabonete, foi necessário seguir adequadamente cada uma das etapas pertencentes a esse processo, para que fosse possível obter um produto final consistente e de qualidade. Além disso, esse extrato teve pouco rendimento, em relação à quantidade de gel extraído, isto devido às perdas provocadas no ato da extração, já que foi conduzida de forma manual.


Fotos

Equipe

Maria Fabiana Silva de França (Coordenador da Equipe)
Fernando Luís Rodrigues Marins (Professor Colaborador)
Lidiane Almeida Santana Barbosa (Professor Colaborador)
Micaelly Ferreira Guimarães (Aluno Capitão)
Raíssa Tanazio Santos (Aluno)
Lucas Emmanuel dos Santos Ramos (Aluno)
Gabriel Santos Silva (Aluno)
Izabele Victória da Silva Santos (Aluno)


Escola

Centro de Excelência Joana de Freitas Barbosa, Propriá-SE

Foto Equipe

Referências





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